Não é todo dia que uma banda de heavy metal foge do caminho óbvio na hora de compor. Desde o início, o Iron Maiden encontrou um jeito próprio de criar músicas que testam quem toca e fogem do lugar-comum. Dave Murray contou o que torna isso tão diferente, e por que a banda nunca quis mudar essa fórmula.
Segundo Murray, as músicas que Steve Harris escreve são cheias de mudanças de tempo, linhas melódicas que um guitarrista provavelmente não faria e partes que desafiam quem tá no palco. “Acho que quando o Steve escreve uma música, ela tem uma identidade própria. E é provavelmente algo que um guitarrista não escreveria. Isso é ótimo porque te obriga a sair da zona de conforto”, explicou à MusicRadar.
Mesmo sendo co-autor de faixas como “Still Life” e “The Prophecy”, Murray prefere ser “apenas parte do time”, sem esquentar a cabeça com decisões de liderança. Ele garante que se irritar é perda de tempo e que o melhor lugar para canalizar qualquer frustração é o palco. “Tocar é uma forma de terapia. Não preciso de controle de raiva, só de tocar música”, resumiu.
Para ele, é justamente o nível de detalhe das composições que faz o Maiden não ser apenas “uma banda de doze compassos tocando quatro acordes”. E enquanto colegas como Harris e Bruce Dickinson mantêm projetos paralelos, Murray prefere desligar tudo quando não está em turnê. “É tudo envolvente quando estou com o Maiden. Não sinto necessidade de sair tocando em clubes ou viajando de ônibus de turnê, acho que já fiz isso o bastante!”
O segredo, segundo ele? Deixar o ego de lado, confiar no chefe do baixo e focar em aproveitar cada nota, mesmo que os dedos doam depois de cada “galope” que Harris inventa para o Iron Maiden não soar igual a ninguém.